segunda-feira, 1 de junho de 2009

O último poeta-bartender


Esse post traz vida a esse miserável recôncavo internético, após quase 2 meses do mais completo abandono. A culpa (pelo retorno) é toda do Sidão, um dos melhores comensais que se pode conseguir gastando menos de dez reais em uma noite.


Trata-se de uma poesia. Despretensiosa, gostosa, rápida, efêmra, humilde....


"O último poeta-bartender"

Eu assisto aos errantes
Beijando os drinques que preparo
Suas almas tresloucando
com licores que chacoalho

E gozo o néctar que surge
Do rodopiar da bailarina
Que envenena todo o sangue,
e vai curando, qual morfina

Que se revela enfermeira
Mas apresenta-se assassina
e disfarça-se -- a mais turva!
entre a água cristalina

e dança...mas

Minhas receitas e tua sede
ainda erram a simbiose
ainda prendem-se às regras
como sob uma hipnose

Se lhes falta embriaguez,
Porque não mais uma dose?

Minha conta nunca é justa;
Teus pedidos, meio incertos
Mas a noite está no início
E não só álcool é o que oferto

Te entrego a tua essência
(traz teu copo pra mais perto...)
Desamarra o teu passado;
Que o agora está desperto!

Beba.
Beba.
Beba!
O bar está...aberto!